quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

The Kids Are All Right (2010)

Em tempos de discussão sobre os direitos dos homossexuais e de algumas vergonhosas demonstrações de violência e incompreensão, nada poderia ser mais bem vindo do que um filme como este. Um filme que não discute a discriminação e o preconceito e, na verdade, nem leva isso em consideração. The kids are all right (com o distante título Minhas mães e meu pai no Brasil) é uma bela produção, que faz com que situações estranhas pareçam absolutamente naturais e verdadeiras.

O filme conta a história de uma família que, à primeira vista, parece perfeita. Nic (Annete Benning) é o "pai" autoritário, que trabalha para pagar as contas, procura tomar conta de todos e comanda os filhos e a esposa com mãos de ferro. Jules (Julianne Moore) é a esposa insegura, sensível e meio louca. Os filhos são tratados como a representação das duas mães na forma de pensar e agir. Joni (Mia Wasikowska) também é sensível e ligeiramente reprimida e funciona como um espelho de Jules (o nome das duas também é bastante sugestivo). Laser (Josh Hutcherson) é bastante prático e desligado, com uma personalidade próxima da de Nic. Ele não parece incomodado por ser o único homem da família. Na verdade, ele não parece incomodado com nada.

Tudo está bem, até que Laser decide procurar seu pai biológico (o mesmo também de Joni). Seu primeiro encontro é tão natural, tão embaraçado e interessante, que eu seguramente definiria como a melhor cena do filme. Paul (Mark Ruffalo), o pai bonachão e cheio de si, é simpático e estranhamente atraente para todos, exceto Nic, que sente que ele está roubando sua família (o que acaba sendo parcialmente verdadeiro).

O filme fala, principalmente, sobre conflitos familiares, que são descobertos conforme Paul se envolve cada vez mais em suas vidas. Isso e a capacidade do amor de superar problemas e obstáculos. A unidade familiar é retratada como muito mais importante que qualquer elemento externo. É quase impossível não gostar de Paul, um cara sinceramente simpático e que inocentemente se envolve com cada membro da família. Mas no final, somos obrigados a reconhecer que eles são muito mais importantes para Paul do que Paul para eles. Paul é apenas um divertimento, uma pequena aventura, que todos não hesitam em abandonar.

Com momentos engraçados e dramáticos, este filme pode soar extremamente água com açúcar às vezes, mas de uma forma muito natural. É uma indicação certa para o Oscar e está entre as produções mais encantadoras do ano. Proporciona um entretenimento muito bom e traz uma mensagem positiva, embora não exatamente definida.

Eu, pessoalmente, recomendo que o filme seja assistido sem muitas expectativas em cima de uma história de homossexuais vencendo obstáculos. Se Nic fosse vivido por um homem, a diferença não seria tão grande para o roteiro. É nesse tratamento dado à história pela diretora Lisa Cholodenko (ela também homossexual), na verdade, que reside o poder da produção.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Black Swan (2010)

O balé é uma forma de arte pouco difundida hoje em dia, principalmente no Brasil. Eu não conheço ninguém que já tenha ido assistir a um espetáculo de balé ou que tivesse interesse em ir. O mais novo filme de Darren Aronofsky, Black Swan, mostra o que estamos perdendo. A leveza de movimentos, a rapidez, a beleza plástica da dança. Só que o filme se preocupa muito mais com um outro aspecto pouco conhecido dessa arte. O lado negro do balé e da humanidade, que mostra ser muito mais instigante que qualquer outra coisa.

Nina (Natalie Portman) é uma bailarina que é escolhida pela primeira vez para viver a personagem mais importante em uma releitura do balé O Lago dos Cisnes. O problema é que sua aparente pureza e inocência são excelentes para interpretar o cisne branco, mas pouco ajudam na hora de encarnar o cisne negro do título. Em sua luta para alcançar a perfeição no espetáculo, ela procura se reconciliar com seu lado sombrio e acaba vivendo a história d'O Lago dos Cisnes na própria pele.

Os eventos do filme são fechados e íntimos, assim como os cenários e a protagonista Nina. Há uma cena em que ela entra pela primeira vez em contato com alguém que não tem nada a ver com balé, um rapaz que conhece na balada. Quando ele declara não gostar de balé e não conhecer O Lago dos Cisnes, Nina e sua companheira ficam indignadas. É compreensível. Isso é pura e simplesmente a vida delas.

Eu segui os distúrbios e problemas de Nina com bastante interesse e até acreditei neles até mais ou menos a metade do filme, quando a produção revela que aquilo que estamos vendo não é necessariamente a realidade, e sim a verdade da protagonista. A isso se seguem belas e fortes cenas de paranoica fantasia, que explodem em um clímax onde Nina alcança a perfeição como o cisne negro (mas a que preço!).

O universo do filme é estritamente feminino. As figuras masculinas (notadamente o instrutor de balé, vivido por Vincent Cassel) são invasoras, eróticas e atraentes, para compensar a palidez e o abatimento de Nina. Uma outra bailarina, Lily (Mila Kunis), também exerce um estranho fascínio sobre ela, o fascínio do proibido, do absurdo.

Nina é sexualmente reprimida não só por sua mãe rigorosa e superprotetora, mas principalmente por si mesma. Portman teve que aprender muitos passos de balé para este papel, mas sua principal contribuição é a profundidade emocional que dá para sua personagem dentro e fora das cenas de dança. O destaque vai para uma cena de masturbação em seu quarto, em que ela se revolve na cama, gemendo e liberando seus instintos sexuais aprisionados não se sabe há quanto tempo. Ela faz isso porque seu instrutor mandou que fizesse, por sua incontrolável submissão e, ao mesmo tempo, pelo seu desejo de ser perfeita.

Por um momento, eu achei que não saber quais os problemas sofridos por Nina seria um empecilho para o filme, mas o final demonstrou que eu estava errado. Apesar da falta de elementos explicativos em algumas partes da narrativa, a produção exala uma incrível atmosfera de completude e deslumbramento.

Este não é um grande filme. É um filme muito bom. A diferença é pequena e reside em ínfimos detalhes. Eu não consigo imaginar, por exemplo, que ele será lembrado daqui a alguns anos. Assisti-lo é uma experiência diferente e às vezes chocante. Mas faltam elementos que fazem d'A Rede Social, por exemplo, um grande filme. É difícil explicar, mas, quando você assiste as duas produções, se torna fácil entender. Black Swan está muito mais próximo de uma obra de arte que qualquer outro filme lançado este ano, mas, ainda assim, não é uma obra perfeita em si mesma.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Origem (2010)

O que dizer de A Origem? Um dos filmes mais controversos do ano, a produção ganhou status de altamente complexa e labiríntica. Na verdade, tem um pouco dos dois, embora sua complexidade seja discutível, já que o diretor Christopher Nolan consegue explicar a maioria dos acontecimentos de forma satisfatória. O problema, portanto, não está no esquema muito bem elaborado que circula em torno da invasão de sonhos, e sim na dificuldade completamente proposital imposta por eventos que acontecem fora da própria lógica do filme. Certo, até  esta crítica está ficando um tanto complicada, por isso vou tentar explicar de forma simples.

Nas primeiras cenas, o filme mostra toda a ação, mas não explica exatamente o que está acontecendo, deixando que a descoberta, pelo menos para nós, aconteça depois. Esse é um dos motivos pelos quais o filme deve ser visto mais de uma vez (só estou me arriscando a escrever esta crítica depois da segunda). Depois, conforme a equipe de Cobb (Leonardo DiCaprio, em uma interpretação muito próxima da que teve em A Ilha do Medo) monta uma estratégia para invadir a mente de um multimilionário, começamos a ter contato com as regras do jogo. Aqui, apesar das óbvias dificuldades da explicação, passamos a ter uma boa ideia de como os invasores de sonhos trabalham. Só que, desta vez, ao invés de roubar projetos e ideias guardados dentro da mente da vítima, a equipe tem que plantar a resolução de abrir mão de um riquíssimo império empresarial. E isso é mais difícil porque: 1) As ideias podem florescer de diversas formas diferentes, 2) A pessoa não pode saber que o pensamento não partiu dela mesma, 3) A ideia fundamental deve ser inserida em um nível profundo dos sonhos, para que fique bem enraizada. Essas dificuldades são contornadas até que facilmente pela equipe, que parece uma espécie de Dream Team (neste caso, literalmente a equipe dos sonhos).

Nolan dá conta da ação através do mecanismo de defesa de Robert Fischer (Cillian Murphy, a vítima da invasão), para o qual seu cérebro foi treinado. Basicamente, um bando de oficiais que atiram muito mal e só aparecem para justificar as cenas de ação e aumentar a sensação de fatalidade de toda a missão.

Só assistindo pela segunda vez percebi o que me incomodou realmente no filme. Apesar da trama parecer bem amarrada, muitas coisas permanecem inexplicadas e, o que é pior, algumas vão contra as explicações dadas no começo. Na realidade, o próprio final dúbio depende dessas controvérsias. A produção provavelmente foi feita já antevendo as dicussões acerca disso tudo.

O que me incomodou é que o filme parte de uma explicação extremamente racionalizada para o funcionamento dos sonhos (como na maioria dos filmes de Nolan, na verdade) e, no final, parece depender muito de abstrações que não existiam nem hipoteticamente. O grande problema com a cena final é que qualquer das duas explicações que o filme parece apresentar (ou ele voltou à realidade ou continua preso em um eterno sonho-final feliz) são igualmente inverossímeis. Ele não pode ter realmente voltado ao mundo real porque, primeiro, eles não conseguiriam acordar quando quisessem, pois isso depende de um forte narcótico, que dura por algumas horas. E outra, Saito (Ken Watanabe, o empresário que os contratou para o serviço) só conseguiria voltar ao mundo real em um estado de total alienação, pois passara o tempo equivalente a muitos e muitos anos no limbo (um tempo quase infinito, como havia sido citado). E quem conseguiria explicar por que Cobb ainda está jovem enquanto Saito está velho e caquético? O empresário só morreu depois que Cobb foi para o limbo.

A teoria de que ele continuava sonhando também tem suas limitações. O limbo é a camada mais profunda do sonho (aqui, claro, utilizando-se da lógica do filme) e Cobb demorou anos para construir todo aquele local imaginário. Como, então, ele teria entrado em um outro sonho?

Creio que a única explicação plausível é que ele tenha imaginado tudo a partir do momento em que é encontrado na praia por um dos seguranças de Saito. Por acaso alguém sabe como ele chegou ali? Acredito que esse fosse um indício de que tudo o que aconteceria dali pra frente seria um sonho. Portanto, a conversa com Saito, seu retorno, o reencontro com os filhos seriam todos uma forma de sua mente lhe providenciar um final feliz. Aquilo se tornou seu limbo, assim como havia sido um paraíso por um tempo para ele e Mal (Marion Cotillard, sua esposa).

Por si só, um filme que nos faz pensar e tecer teorias sobre seu conteúdo já deve ser considerado como um bom filme. A Origem é um ótimo filme porque alia isso a boas interpretações do elenco e a imagens e efeitos visuais fascinantes. O problema é que talvez Nolan tenha se perdido em meio a toda a lógica maluca da produção. Ou não. Talvez só ele tenha o mapa desse labirinto. De qualquer forma, acho que é algo que nunca descobriremos.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O Oscar e a Hollywood de baixo orçamento

Catalogar coisas entre melhores e piores não costuma ser uma boa ideia em nenhuma área. A trajetória do Oscar é um bom exemplo disso. É só dar uma olhada na lista de filmes que hoje são considerados clássicos obrigatórios, mas que perderam para outras produções, digamos, não tão geniais. O exemplo que logo salta aos olhos é o caso de Cidadão Kane. Hoje presente no topo de quase todas as listas de críticos e aficionados por cinema, no distante ano de 1942 perdeu a estatueta de melhor filme para Como era verde verde meu vale. E não digo que seja um filme ruim (porque realmente não é), mas o tempo se encarregou de comprovar que não era o melhor do ano.

Esse, infelizmente, não é um caso isolado. Se avançarmos algumas décadas no tempo, veremos o vencedor do Oscar de Melhor Filme de 1982, Gente como a gente. Um drama sombrio sobre uma família de subúrbio que desmorona após a morte de um dos filhos. Também um ótimo filme. Mas que méritos possui se o compararmos com o perdedor desse mesmo ano, o aclamado Touro Indomável? Também devemos considerar que um grande filme pode passar despercebido por muitos anos antes que todas as suas qualidades sejam apreciadas. Um caso notável é A felicidade não se compra, que só caiu nas graças do público através de reprises durante a época de Natal, tornando-se um dos grandes clássicos da história do cinema.

Qualquer tipo de categorização que envolva julgamentos pessoais sobre o que é ruim e o que é bom deve ser vista com desconfiança.  No entanto, hoje em dia, o papel do Oscar é muito mais importante e vital do que pode parecer à primeira vista. Em tempos de superproduções e de uma Hollywood dominante e dominada por efeitos especiais, óculos 3-D e uma indústria de entretenimento de massa, a premiação se tornou um dos últimos estandartes de filmes de menor orçamento, com roteiros mais elaborados e menos apelação para os aspectos visuais. O Oscar é o principal incentivo para esse tipo de filme. Não é à toa que Avatar, a produção mais cara de todos os tempos, perdeu a estatueta para Guerra ao Terror (um filme, a meu ver, mediano, mas enfim...), um filme de baixo orçamento lançado direto para DVD no Brasil. Devo dizer que, apesar de não aprovar a escolha, entendo sua motivação.

Se não fosse por esse tipo de incentivo, não consigo imaginar a maioria das pessoas indo ao cinema ou alugando filmes que não fossem do naipe de Transformers ou Avatar. E, nesse caso, seria possível prever a morte desse tipo de produção e, com ela, do cinema como um todo. Um outro fator positivo da premiação é que ela ajudou a criar um novo tipo de filme: a superprodução de qualidade. É o caso, por exemplo, de Batman: O cavaleiro das trevas e A Origem, de Christopher Nolan, já praticamente um expert no gênero. Os filmes com histórias mais elaboradas atingiram até mesmo o terreno da ficção científica, como aconteceu em Distrito 9, de Peter Jackson.

Os Oscar, apesar de todos os seus problemas, acabam acertando na maioria das vezes. Os três filmes que costumam se revezar nos primeiros lugares de listas cinematográficas, Casablanca, O Poderoso Chefão e E o vento levou, ganharam cada um seu prêmio de melhor filme. Por isso, o jeito mesmo é cruzar os dedos e esperar que o júri cumpra seu papel e eleja, se não a melhor produção, pelo menos uma das melhores. O Oscar não pode e não vai morrer, como mais importante premiação do cinema que ele é. Nós estaremos confortavelmente sentados e atentos, com ou sem óculos 3-D. Que cada um faça sua lista de melhores do ano e critique ou elogie o prêmio. Só não se esqueça da pipoca.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A Rede Social (2010)

O badalado A Rede Social, de David Fincher, começa com um diálogo entre Mark Zuckerberg (o criador do Facebook) e sua então namorada. É bem possível que a maior parte da conversa soe incompreensível para a grande maioria do público. Mark fala de forma extremamente rápida e salta sem aviso de um assunto para o outro. Mesmo sua namorada não faz ideia do que ele está falando. Entretanto, isso não importa, pois a conversa estabelece três pontos cruciais para a história: a) Zuckerberg é um gênio que gabaritou o teste para entrar na universidade, b) Ele não tem experiência alguma com namoros ou relações pessoais de todos os tipos e se mostra extremamente egocêntrico e c) É muito sensível quanto ao seu status de nerd e tem problemas com mulheres devido a ele. Não me lembro de outra vez em que a chave de um filme estivesse tão flagrantemente em sua primeira cena.


Também é bom lembrar que o filme não lida com o Zuckerberg da vida real. Ele trabalha com um livro sobre o criador do Facebook e, por isso, é praticamente uma adaptação de uma adaptação. O próprio Mark revelou algumas discrepâncias fundamentais para o roteiro, como o fato de ele ter tido uma namorada fixa durante todo o período de construção do site.

O filme é contado de forma rápida e também muitas vezes incompreensível, mas, assim como na primeira cena, nós entendemos aquilo que precisamos entender. Poderia se dizer que é quase tão dinâmico e intuitivo quanto a própria internet. Se logo no começo temos a explicação de praticamente tudo o que está para acontecer, no fim, temos uma síntese de todo o filme em apenas duas frases. Não, Mark não é um babaca. Nós podemos ver seu sofrimento com o isolamento e a incompreensão em relação aos outros. Mas Mark faz de ser um babaca seu principal objetivo na vida. E, de forma ainda mais interessante, ele parece querer provar que é um cara legal sendo cada vez mais babaca.

Ele não quer dinheiro, mas espera conseguir respeito por ser famoso e por ter criado algo em que ninguém jamais havia pensado antes. Apesar das inconsistências de seu caráter, é um personagem com quem é fácil se identificar e seus conflitos internos são extremamente humanos e palpáveis.

A narrativa se divide entre reuniões dos processos movidos contra Mark (por colegas de Harvard que, direta ou indiretamente, o ajudaram a ter a ideia do Facebook e a realizá-la) e suas lembranças dos acontecimentos que o levaram até ali. Apesar de ser um recurso bastante utilizado no cinema, dificilmente acontece com este grau de completude, em que o passado acrescenta tanto para o presente quanto o presente adiciona ao passado.

De forma estranha, a cena mais interessante e autoral do filme não tem nada a ver com a internet (pelo menos não diretamente). Fincher conseguiu transformar uma corrida de remos, algo essencialmente maçante, em um esporte dinâmico e veloz, através de cortes rápidos de cena e (pasmem) música clássica. Nesse momento, mais do que em todo o restante do filme, Fincher demonstra a sua habilidade como diretor.

Seu estilo já havia sido testado em produções anteriores notórias, entre elas Clube da Luta e Se7en. Porém, somente em A Rede Social ele consegue incorporar totalmente sua direção rápida e abrupta com um filme de grande qualidade e, por que não dizer, também altamente dramático.

Conhecido por finais surpreendentes, Fincher aqui consegue surpreender o telespectador com algo que ele muito possivelmente já sabia. Nada de reviravoltas como em Clube da Luta. Todo o filme, assim como a ascensão de Mark, é construído com base em uma ideia principal, que se desenrola pouco a pouco em seu decorrer: Qual a motivação para ele fazer tudo aquilo. Não é por dinheiro, ele também não quer fazer amigos, não quer transar e não quer ser reconhecido como um gênio. Afinal, que diabos ele deseja? É isso que, ao final da produção, todos já têm ideia e a última cena confirma de forma genial.

Trata-se de um filme inteligente, com uma produção impecável, bela fotografia e apoiado em ótimas atuações do jovem elenco. As cenas são conduzidas de forma diversificada e bastante fora do usual. Não peca por favorecer demais uma característica só (como A Origem, um filme esperto demais para seu próprio bem). Enfim, uma produção moderna  em todo o sentido da palavra e digna do Oscar de melhor filme de 2010, o que, se depender da reação dos críticos, tem grandes chances de acontecer.