Jejum de amor é uma comédia cínica, maldosa e ultrajante, mas nem por isso menos hilária.Walter (Cary Grant) é o sarcástico e charmoso editor do jornal Morning Post, que, ao saber que sua ex-esposa Hildy Johnson (Rosalind Rusell) vai se casar novamente, arma diversas armadilhas para que o casamento com seu inexpressivo pretendente (Ralph Bellamy) não aconteça. Acontece que Hildy também é a melhor jornalista do Post e Walter tem certeza que ela não resistirá há um último grande furo de reportagem.
Repleto de clichês jornalísticos e humor negro em alguns momentos, o filme chega até a fazer piada de si mesmo, quando Walter descreve o noivo de Hildy como "um homem parecido com o Bellamy", que é na realidade o próprio ator que o interpreta. Além de uma comédia romântica, o filme tece uma inteligente crítica à corrida desenfreada pelo furo jornalístico, sendo que muitas das notícias dadas chegam a ser inventadas. Além disso, mostra como o jornalista, apesar das más condições de trabalho e baixo salário, não consegue facilmente largar a tensão e emoção da profissão.
Baseado em uma peça de Ben Hecht e Charles MacArthur, o filme ultrapassa a história original, com uma mudança simples porém expressiva no roteiro: transformar o antes jornalista homem Hildy Johnson em uma mulher. Essa simples diferença dá início a uma das melhores comédias românticas existentes.