quarta-feira, 10 de março de 2010

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001)

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é um filme realmente fabuloso. Contado através de uma atmosfera colorida e cartunística, a obra é uma pérola do cinema francês. Amélie é uma menina criada fora do contato de outras crianças, pois seu pai acredita que ela tem um problema cardíaco. O mal entendido, no entanto, é que seu coração bate mais forte quando o pai a examina, por ser um dos poucos momentos em que ele se aproxima dela. Assim, ela cresce para ser uma mulher tímida, retraída e extremamente doce. Seu mundo é abalado quando ela encontra uma caixa em seu banheiro, fazendo com que ela passe a interferir nas vidas de todos que conhece, mudando-as para melhor. No processo, ela conhece um homem, pelo qual se apaixona e com quem vive uma história de amor no mínimo bizarra.
A beleza do filme reside no cenário e na fotografia, além de algumas cenas divertidíssimas, como a do passeio do anão de jardim por diversos países. Audrey Tautou encanta por sua simplicidade na interpretação de Amélie. O filme também trata superficialmente da questão do destino e do amor perfeito, sendo que Amélie e seu estranho pretendente parecem ser realmente feitos um para o outro. Também não é deixada de lado a questão do sexo, mas ele não tem uma posição central na obra, já que Amélie já havia experimentado e se decepcionado e o relacionamento intensamente sexual de sua amiga com seu perturbado namorado também não parece dar certo.
Repleto de momentos maravilhosos e muito humor, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain deixa a impressão final de ser uma fábula, tanto por sua estrutura quanto por seu final feliz e um tanto moralizante.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Cabaret (1972)

Muitos dos filmes musicais fogem da realidade, quando personagens começam a dançar e cantar no meio de algumas cenas. Cabaret escapa desse estereótipo, sem deixar de ser um musical. Há uma continuidade explícita na história, na qual os números de dança se encaixam de maneira primorosa, formando o musical mais bem-estruturado que já assisti.
O filme conta a história de Sally Bowles (Liza Minnelli), a cantora principal de um cabaré na Alemanha nazista, que sonha em se tornar uma atriz famosa e faz o que for preciso para alcançar seus objetivos. Como já é de se esperar, sua vida muda quando um inglês (Michael York), que dá aulas particulares da língua, passa a morar na mesma pensão que ela. Vindo de três relacionamentos ruins, ele se apaixona lentamente por Sally e os dois começam a dormir juntos. Tudo está bem, até que um rico barão começa a cortejar Sally e a comprar-lhe coisas caras, forçando-a a decidir se prefere seguir seu sonho de alcançar o estrelato ou viver um grande amor.
A força da história se encontra na atuação brilhante de Liza Minnelli, premiada com o Oscar, além de sua voz incrível, números musicais estonteantemente reais e belíssimas canções. O coadjuvante, mas não menos brilhante Joel Grey, também está perfeitamente sinistro como o apresentador do cabaré. A produção também mostra, de maneira sutil, alguns acontecimentos do nazismo, como o espancamento de um opositor do partido, a comoção popular com uma música cantada por membros do regime nazista e o casamento de um amigo de Sally com uma judia,  além de ataques feitos a ela. O que também impressiona é a perfeição da edição do filme, que transforma as junções de cenas, cortes e intervenções musicais em uma imperdível melodia.