Sexta-feira, fim de tarde, nada melhor do que pegar um cineminha, certo? Bom, errado se você cair na besteira de querer assistir Príncipé da Pérsia, novo filme de aventuras de Jerry Bruckheimer. Não que eu esperasse assistir uma obra de arte ou algo assim, as críticas e o próprio staff do filme, baseado em um popular jogo de video game, já haviam me desiludido. Não esperava sequer uma aventura emocionante e cheia de reviravoltas, como o Piratas do Caribe, também de Bruckheimer. Esperava apenas um filme mais ou menos, com algumas boas cenas de ação e que me distraísse um pouco. Mesmo esperando isso, saí profundamente decepcionado.
Em primeiro lugar, parabéns para Jake Gylenhaal por ter conseguido alguns músculos, mas sua interpretação é quase tão contundente quanto as de Reinaldo Gianecchini nas novelas das 8. Dito isso, a princesa por quem ele se apaixona é uma chata de galocha e acho que o príncipe só a perdoa porque ela é bonita (e também nem tanto). O filme é repleto de frases clichês, e dou 10 reais pra quem não descobriu que o cara mau da história era o tio careca e metrossexual deles (um Ben Kingsley cínico e de cara feia). Acho que o único personagem válido da história é o do fora-da-lei dono de avestruzes corredores, muito bem interpretado por Alfred Molina. Molina é para mim um grande ator que não foi reconhecido pela Academia. Ele desempenha seus papéis com uma naturalidade incrível, por mais absurdos que sejam. Este não é diferente. Ele serve também como um contraponto para toda a jornada dos outros personagens, já que se importa apenas com seu dinheiro e seus avestruzes e mostra como todo o roteiro da produção é ridículo.
Um ponto que esperei com ansiedade foi a fotografia do filme, que acabou se mantendo em um nível muito parecido com a de 300, embora fosse ligeiramente inferior. Os efeitos especiais, tão maravilhosamente desenvolvidos na série Piratas do Caribe, aqui parecem um tanto forçados e fora do lugar. Na realidade, me deu até vontade de rir quando Dastan (o dito príncipe) virou um balde de água fervente em cima de uns pobres soldados. Me fez lembrar de um momento parecido no Corcunda de Notre-Dame da Disney.
Enfim, esse é mais um filme da safra de grandes e caras produções de Hollywood, com aposta em efeitos especiais. Dessa vez, no entanto, o resultado não compensou. Até quando vão insistir em continuar fazendo filmes baseados em jogos de video game? Será que não perceberam que a fórmula não dá certo?
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