quarta-feira, 7 de julho de 2010

Matar ou morrer (1952) *GiantSpoiler

Eu não sou um grande fã de faroestes. Sei que esse é um gênero de filmes que influenciou e maravilhou uma geração, mas, para mim, a maioria tem histórias repetidas e enfadonhas. No entanto, para minha surpresa, Matar ou morrer se mostrou o oposto disso. O filme se passa em tempo real e conta a história de Will Kane (Gary Cooper), um xerife que foi ameaçado de morte por um fora-da-lei que ele ajudou a prender. Enquanto no início do filme todos parecem respeitá-lo e adorá-lo, já que ele ajudou a manter a paz na pequena cidade onde vive, a história muda quando ele começa a pedir ajuda para deter o grupo de Frank Miller, que retorna para o ajuste de contas. Um por um, todos com quem ele esperava contar vão criando desculpas e fugindo da responsabilidade, até que no final ele se vê quase sozinho para enfrentar quatro dos bandidos. Sim, quase porque sua esposa decide apoiá-lo no último minuto em sua cruzada e consegue matar um dos malfeitores.
Grace Kelly está perfeita (e, diga-se de passagem, belíssima) no papel da esposa quacre, indefesa e indecisa de Kane. Na realidade, é difícil culpar os cidadãos da pacata cidade por não quererem arriscar as vidas em uma empreitada tão perigosa. É Kane que é extremamente cabeça dura e intransigente no cumprimento de algo que nem é o seu dever. Mesmo assim, não conseguimos nos impedir de sentir raiva e desapontamento no lugar de Kane, que é abandonado por todos em quem confiava. Por isso, nada mais justo que, após derrotar os inimigos praticamente sozinho, Kane jogue sua estrela de xerife no chão, mostrando seu desprezo por aqueles que ajudou, e saia para sempre da cidade com a esposa, a única que se manteve ao seu lado no final.
O filme tem muitos pontos fortes. Entre eles, uma bela canção, Do not forsake me, Oh my darling, que é a única companheira de Kane em sua solitária jornada. A música é repetida à exaustão, mas é impossível se cansar dela. A atuação de Gary Cooper, premiada com o Oscar, também é impecável e podemos notar o seu desespero crescendo à medida em que sua busca vai se revelando infrutífera. O clima de espera e suspense que reina na produção deixa a todos com os olhos grudados na tela. Depois de Butch Cassidy, este é o melhor faroeste que assisti até o momento. Recomendo a todos que gostam do gênero e procuram por um filme um pouco mais tenso.

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