quarta-feira, 3 de março de 2010

Cabaret (1972)

Muitos dos filmes musicais fogem da realidade, quando personagens começam a dançar e cantar no meio de algumas cenas. Cabaret escapa desse estereótipo, sem deixar de ser um musical. Há uma continuidade explícita na história, na qual os números de dança se encaixam de maneira primorosa, formando o musical mais bem-estruturado que já assisti.
O filme conta a história de Sally Bowles (Liza Minnelli), a cantora principal de um cabaré na Alemanha nazista, que sonha em se tornar uma atriz famosa e faz o que for preciso para alcançar seus objetivos. Como já é de se esperar, sua vida muda quando um inglês (Michael York), que dá aulas particulares da língua, passa a morar na mesma pensão que ela. Vindo de três relacionamentos ruins, ele se apaixona lentamente por Sally e os dois começam a dormir juntos. Tudo está bem, até que um rico barão começa a cortejar Sally e a comprar-lhe coisas caras, forçando-a a decidir se prefere seguir seu sonho de alcançar o estrelato ou viver um grande amor.
A força da história se encontra na atuação brilhante de Liza Minnelli, premiada com o Oscar, além de sua voz incrível, números musicais estonteantemente reais e belíssimas canções. O coadjuvante, mas não menos brilhante Joel Grey, também está perfeitamente sinistro como o apresentador do cabaré. A produção também mostra, de maneira sutil, alguns acontecimentos do nazismo, como o espancamento de um opositor do partido, a comoção popular com uma música cantada por membros do regime nazista e o casamento de um amigo de Sally com uma judia,  além de ataques feitos a ela. O que também impressiona é a perfeição da edição do filme, que transforma as junções de cenas, cortes e intervenções musicais em uma imperdível melodia.

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